Grandes Mestres

“Bimba” (Manoel dos Reis Machado)

bimbaMestre Bimba o maior capoeirista de todos os tempos, o libertador da capoeira, o paladino da cultura negra, o criador da luta regional baiana ( cognome sob o qual a capoeira foi liberada, na decada de 30, pelo interventor da Bahia, Ten. Juracy Magalhães, da proscrição pelo Código Penal).

Além de “tirar a capoeira de baixo da pata do boi”, como dizia nas suas palavras simples, iniciou em 1946, durante o I Congresso Internacionacional de Neuropsiquiatria em Salvador, promovido pelos Profs. Edístio Pondé e Carlos Cerqueira (fundador do Sanatório Bahia), na casa do Babalorixá Camilo de Oxosse, na ladeira da Vila América (antiga ladeira do Currupio), as exibições públicas das manifestações culturais áfrico-baianas, que incluiram naquela data o samba de roda, a capoeira (regional naturalmente…) e o candomblé; deixando de incluir o maculelê, que foi recuperado na década de 50 graças a Tiburcinho de Jaguaripe, conduzido até Bimba por Decanio.

Sua importância histórica só encontra paralelo naquela de Mestre Pastinha, que conseguiu unir todos os demais Mestres de sua época em torno de sua fígura carismática e conservar o primitivo jogo de capoeira sob o nome de “angola”, fator de primordial valor na evolucão histórica desta brincadeira dos mestiços brasileiros.


Pastinha (Vicente Joaquim Ferreira)

pastinhaPastinha É o primeiro em sua arte; senhor da agilidade e da coragem…” Jorge Amado. Baiano de Salvador, do Pelourinho, Pastinha foi o grande mestre da Capoeira Angola, aperfeiçoando a arte centenária dos escravos. Ele organizou uma escola, estabeleceu um método de ensino com base nas antigas tradições e ainda escreveu o primeiro livro do gênero, onde expõe a sua concepção filosófica.

Foi com o Mestre Pastinha que foram instituidas as cores amarelo e preto para o uniforme dos angoleiros e a constituição da bateria composta por três berimbaus, dois pandeiros, um atabaque, um reco-reco e um agogô.

“Capoeira é tudo o que a boca come”, dizia ele na sua singular filosofia. Formou capoeiristas como João Grande, João Pequeno, Curió e tantos outros.


“Mestre João Grande” (João Oliveira dos Santos)

joao-grandeJoão Grande um dos principais díscipulos do mestre Pastinha. Por mais de 40 anos o Mestre João Grande tem praticado e ensinado Capoeira Angola. Ele viajou para África, Europa e América do Norte, onde ensina atualmente, em sua academia na cidade de New York.

De lá ele continua mantendo o intercâmbio com a Bahia e acompanhando a movimentação da Associação Brasileira de Capoeira Angola.


“Mestre João Pequeno” (João Pereira dos Santos)

joao-pequenoJoão Pequeno aluno do Mestre Pastinha e um dos mais velhos e importantes mestres da Capoeira Angola em atividade. Pela academia do Mestre João Pequeno, no Centro Histórico de Salvador, passaram alguns dos principais mestres da nova geração angoleira. É possível vê-lo quase todas as noites jogando e ensinando a tradicional arte da Capoeira.

Academia de Capoeira Angola de Mestre João Pequeno Centro de Cultura Popular Forte de Santo Antônio – Santo Antônio além do Carmo Salvador – Bahia


“Mestre Caiçara” (Antônio Carlos Moraes)

caiçaraCaiçara marcou época na história da capoeira… provocante, controvertido, alegre, atrevido, simpático… formou uma das equipes mais brilhantes de sua época… seus alunos primavam por exibir uma capoeira bonita de se ver e eficiente.

Nas palavras de Eduardo (A.. C. São Salomão/Recife/PE) foi : “Uma das lendas vivas da Capoeira; sua história mais parece tirada de livros de ficção…

Numa época em que o Pelourinho não tinha o glamour de hoje, Mestre Caiçara ditava as regras num território de prostitutas e cafetões; de traficantes e malandros. Todos tinham que pedir a sua benção. Gravou um dos principais discos da Capoeira Angola onde exemplifica os diversos toques de berimbau, além de cantar ladainhas e sambas de roda.”